O Corpo Não Mente: Porque ignorar o stress não funciona
Vivemos numa era em que se idolatra o “pensamento positivo”.
Parece que basta sorrir, pensar em arco-íris e acreditar que “vai tudo correr bem” para que os problemas desapareçam.
Spoiler: não desaparecem.
A ilusão do positivo faz-nos acreditar que, se sorrirmos e fingirmos que está tudo certo, o mal-estar desaparece. Mas só quando escutamos o que o corpo está a pedir — com honestidade e presença — é que abrimos espaço para o verdadeiro bem-estar.
Aqui está a realidade: segundo a Organização Mundial da Saúde, o stress crónico é considerado uma das maiores ameaças à saúde do século XXI.
E não, não é por sermos “dramáticas”. É porque o corpo humano não foi feito para viver constantemente em alerta vermelho.
O stress em si não é mau — ele existe para nos proteger. O problema é que nunca lhe damos tempo para completar o ciclo natural: stress → recuperação → presença.
É como o mar: as ondas vêm e vão. O que acontece connosco é que deixamos a onda levantar-se, mas depois ficamos ali, presas, a lutar contra a corrente. Resultado? Ansiedade, dores, tensão, insónia. O corpo fala todos os dias: “estás cansada”, “precisas de descansar”, “esta pessoa não te respeita”, “diz que não”. E nós? Colocamos um filtro no Instagram e respondemos: “está tudo bem, obrigada”.
🌿 É aqui que o yoga e as práticas de autoconhecimento entram. No tapete, não precisamos de fingir nada. Se o corpo está pesado, ouvimo-lo. Se está cansado, descansamos. Se precisa de movimento, respiramos e expandimos. É um treino de honestidade radical. O stress deixa de ser um inimigo e transforma-se num guia — a mostrar-nos onde precisamos de ajustar, soltar ou simplesmente parar.
E sim, sei que isto pode parecer “inconveniente”. Afinal, é bem mais fácil enganar-nos com frases feitas do que sentar e ouvir o corpo a dizer: “olha, isto não está a funcionar”. Mas a verdade é que só quando paramos, sentimos e damos espaço ao que dói é que encontramos a clareza para avançar.
✨ Talvez seja esse o convite do teu corpo hoje: parar, sentir e começar a ouvir o que ele já sabe. Não precisas de forçar nada — só de dar-te a ti mesma a mesma atenção que dás a tudo e a todos.
Porque, no fim do dia, o corpo não mente.